Segundo São João, por cinco vezes Jesus foi para Jerusalém por ocasião da grande festa do Templo. Enquanto para alguns a ida a Jerusalém é motivada pela participação nos ritos judaicos – para comer e beber -, para Jesus o motivo é outro. É o anúncio do Seu projeto.
O Senhor quer lançar “mãos à obra” em relação à vontade de Deus, Seu Pai. Quer dar a conhecer a todo o mundo que está chegando a hora em que o príncipe deste mundo será derrotado. Novos céus e a nova terra estão para chegar e os verdadeiros adoradores já não dependerão das paredes do Templo de Jerusalém, tão pouco das sinagogas. Eles hão de adorar o Pai “em espírito e verdade”.
Numa dessas idas e vindas ao Templo – precisamente na Porta das Ovelhas, lugar no qual costumavam estar os pagãos, negociadores, cambistas e outros -, Jesus se dá conta da enfermidade que infernizava a vida de um homem. Curando um paralítico ali presente, Ele revela ser fonte de amor e vida para todos. Em contrapartida, os judeus promotores da festa religiosa perseguem Jesus por Sua prática misericordiosa e restauradora.
Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de mal possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas, de alguma forma, são impedidas de chegar até Ele e receber as Suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos.
É o caso do paralítico que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje, quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e num relacionamento pessoal com Jesus, fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.
Apresente-se também a Jesus e diga para Ele: “Senhor, não tenho quem me ajude! Enquanto eu vou, outros descem antes de mim.”
E Ele, que tudo pode, dirá a você: “Levante-se! Pegue a sua maca e vá para a casa, pois sua fé o salvou”.
Padre Bantu Mendonça
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