Com impacto comparável ao de “O Código Da Vinci”, o livro “O que Jesus Disse ? O que Jesus Não Disse? – Quem alterou a Bíblia e por quê” causou alvoroço e virou best-seller nos EUA. O autor, Bart D. Ehrman, alcançou o status de celebridade no mercado editorial americano.
No livro, ele defende que alterações graves foram feitas na Bíblia ao longo dos séculos pelos escribas, especialmente com a intenção de dar suporte aos dogmas católicos. Por isso, o acesso às palavras originais do Novo Testamento seria impossível ao homem contemporâneo. Enfim, mais um babaca pra gente desmascarar!
Ehrman foi apresentado no Brasil como “a maior autoridade em Bíblia do mundo”. É mesmo? Quem disse? A editora e a equipe de marketing dele, ora bolas! Bem, apesar da fanfarronice do título, currículo de peso o cara tem: é Ph.D em teologia pela Princeton University e diretor do Departamento de Estudos Religiosos da University of North Carolina.
Agora… Eu queria muito saber como é que a “maior otoridade em bibra do múndjo” pode ser capaz de afirmar asneiras infantis como as que citaremos a seguir.
Imbecilidades do dotô Ehrman
Outro dia vi uma frase no Facebook, com autoria desconhecida: “Há gênios sem educação escolar básica e imbecis com doutorado”. Esta sentença se aplica perfeitamente ao dotô Ehrman. Não creio que ele seja burro: ao contrário, o cara é bem esperto. Porém, pode ser classificado como um imbecil pelo fato de, sendo um acadêmico gabaritado, não ter vergonha de embromar uma multidão de gente desinformada com argumentos patetas.
Ehrman diz que Bíblia não é infalível, pois contém muitos erros e contradições (isso na cabeça dele). Como na passagem em que Jesus diz que Davi comeu os pães da preposição (Marcos 2, 25-26), no tempo do sumo-sacerdote Abiatar. Porém, em I Samuel 21, 1-6 está escrito que o sumo-sacerdote naquela ocasião era Aquimelec, pai de Abiatar. Essa diferença de narrativa oferece algum problema para os cristãos? Não! Por duas razões:
1) Se um fato é narrado de forma diferente em dois livros da Bíblia, não quer dizer ele esteja errado. A maioria esmagadora dessas aparentes contradições já foram exaustivamente explicadas pelos estudiosos, mas se em uma ou outra não se alcançou – ainda – uma solução satisfatória, não significa que a questão seja inexplicável. Os cientistas passaram séculos sem compreender certos fenômenos facilmente explicáveis nos dias de hoje, e nem por isso desistiram de pesquisar e alcançar a verdade.
“Se estamos perplexos por causa de qualquer aparente contradição nas Escrituras, não nos é permitido dizer que o autor desse livro tenha errado; mas ou o manuscrito utilizado tinha falhas, ou a tradução está errada, ou nós não entendemos o que está escrito.”- Santo Agostinho(Reply to Faustus the Manichaean 11.5, em Philip Schaff, A Select Library of the Nicene and Ante-Nicene Fathers of the Christian Church, Grand Rapids: Eerdmans, 1956, vol. 4)
2) Quase 100% das discrepâncias detectadas na Bíblia não envolvem nenhum ponto da doutrina (como é o caso dessa discrepância do nome do sumo-sacertote). São aparentes contradições relativas a nomes de cidades, datas de acontecimentos… enfim, detalhes sem importância. Nenhum ensinamento cristão é afetado por estes pontos de dificuldade.
Críticos tapados da Bíblia querem levar os desavisados a crer que as aparentes divergências entre as narrativas dos evangelistas são erros, quando não passam deformas diferentes de dizer a mesma coisa. As palavras empregadas variam, mas a essência não muda.
Como na passagem em que Mateus (28,2-5) diz que havia um anjo junto no túmulo de Jesus, enquanto João afirma que havia dois anjos (20,12)… há contradição aí? Não! Mateus citou a presença de um anjo, mas em momento algum disse que haviaapenas um anjo. Seu relato não diverge de João, afinal, onde quer que haja dois, sempre há um. Então… não há erro!
Pra vocês terem ideia melhor de quanto as críticas do Bart Ehrman são ridículas, vou dar mais um exemplo. Em Marcos 4, Jesus compara o Reino dos Céus a uma “semente de mostarda que é a menor de todas as sementes da terra. Mas, quando é semeada, a mostarda cresce e torna-se maior que todas as plantas”. Aí, vêm o dotôphodão em bibra e diz que isso é um erro, pois a semente de mostarda, não é, de fato, a menor entre todas as sementes da Terra. Dãããããããã!
Ora, Jesus usava uma linguagem contextualizada na cultura do povo, citando em suas parábolas e imagens comparativas os elementos que faziam parte de seu cotidiano (videira, ovelhas, boi, pardais, lírio do campo, grão de mostarda etc.). Acaso o Senhor tava pretendendo dar uma aula de botânica?
A crítica sobre a passagem da semente de mostarda é tão sem lógica que chega a ser patética. Aplicando este mesmo raciocínio chapado, alguém poderia afirmar: “Jesus cometeu um erro grosseiro quando disse que os lírios do campo se vestiam melhor do que o rei Salomão. Afinal… alguém aí já viu flor usando roupa?”. Dãããããããã!
Os pontos de dificuldade no N.T. evidenciam a sua autenticidade
Na Bíblia há algumas dificuldades, algumas passagens obscuras, não erros. Ela á a Palavra de Deus, infalível.
Em vez de desacreditar o texto bíblico, os pontos de dificuldade na Bíblia evidenciam a sua autenticidade. Afinal, se os copistas e as autoridades da Igreja Católica tivessem mesmo corrompido os textos bíblicos, por que, tendo a faca e o queijo na mão…
…deixaram de uniformizar as narrativas dos quatro Evangelhos, eliminando as numerosas aparentes contradições (como é o caso do número de anjos no túmulo de Jesus)?
…não alteraram nem “deletaram” as passagens que a Igreja tem trabalho para explicar, como a que cita os “irmãos de Jesus” ou a que mostra Jesus em aparente crise de fé (“Pai, porque me abandonaste?”)?
…perderam a oportunidade de apresentar os Apóstolos como homens sempre sublimes? Por que mantiveram íntegras as passagens em que eles falam mal um do outro (como Paulo sobre Pedro) e agem de forma descrente, egoísta, interesseira ou tola?
…deixaram de inserir textos que dessem apoio mais explícito a certos dogmas, como a Assunção de Nossa Senhora aos Céus e a infalibilidade papal?
Que cada um tire as suas conclusões. Quem tem olhos, veja!
E pensar que um dos mais belos elogios à integridade e autenticidade dos textos do Evangelho veio de um sujeito anticlerical chamado Rousseau. Ele, um dos mais importantes filósofos do Iluminismo (eca!), afirmou (grifos nossos):
“Diremos que a história do Evangelho foi inventada por prazer? Meu amigo, não é assim que se inventa; e os fatos de Sócrates, de que ninguém duvida são menos atestados que os de Jesus Cristo. No fundo, é afastar a dificuldade sem a destruir. Seria mais inconcebível que vários homens de comum acordo tivessem fabricado esse livro, que o fato de um só ter fornecido o assunto. Nunca os autores judeus teriam encontrado nem esse tom nem essa moral; e o Evangelho tem traços de verdade tão grandes, tão impressionantes, tão perfeitamente inimitáveis, que seu inventor seria mais espantoso do que o herói.“Com tudo isso, esse mesmo Evangelho está cheio de coisas incríveis que ferem a razão e que um homem sensato não pode conceber e nem admitir. Que fazer em meio a todas essas contradições? Ser sempre modestos e circunspetos, meu filho; respeita em silêncio o que não se pode rejeitar, nem compreender, e humilhar-se diante do grande Ser, o único que sabe a verdade.”- ROUSSEAU. Emílio ou da Educação. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 1992, p. 362-363
Sem mais!
Fonte: http://ocatequista.com.br/?p=8617
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