Estamos vivendo a Semana Santa. Semana na qual celebramos a centralidade da nossa fé.
Na Semana Santa celebramos o Cristo que morreu e ressuscitou para a nossa salvação, para nos resgatar das mãos do demônio e nos transferir para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Jesus morre na Cruz para reconciliar o homem com Deus.
É a semana da nossa reconciliação com Deus. É a semana da vitória da vida sobre a morte. Do pecado sobre a
graça. Quando os fiéis são batizados, aplica-se a cada um deles os efeitos redentores da Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, o cristão católico convicto celebra com alegria a cada função litúrgica da Semana Santa. Semana essa que culmina na celebração do Tríduo Pascal.
Assim, recomenda a Santa Mãe Igreja que todos os seus filhos se confessem para que, morrendo com Cristo, possam com Ele ressuscitar – na madrugada do Domingo da Páscoa – para a vida eterna.
No Evangelho proposto nesta Segunda-feira Santa, Jesus volta à Betânia seis dias antes da Páscoa para manifestar o Seu amor e carinho pelos amigos.
Comove ver como o Senhor tem essa amizade, tão divina e tão humana, que se manifesta num convívio frequente. Nessa visita de Jesus à Lázaro, Maria e Marta, vejo-me também na condição de acolher e receber Jesus em minha casa e em minha vida.
Jesus vem me visitar hoje. E eu quero recebê-Lo com o coração aberto, alegre e agradecido por merecer Sua amizade e confiança, assim como sempre foi muito bem recebido por Lázaro, Marta e Maria – em qualquer dia e a qualquer hora – com alegria e afeto. Como havia
grande respeito, atenção e caridade entre eles assim me comprometo a fazer.
São milhares aqueles que negam hospedagem para Jesus Cristo em seus corações, mas escancara-os para o mundo e suas vaidades. Esses vivem com a alma cheia de vícios. A alma, sem a presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa ignomínia.
“Ai da alma se lhe falta Cristo, que a cultive com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos terminará por encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios”, afirma São Macário.
Era costume da hospitalidade do Oriente honrar um hóspede ilustre com água perfumada depois de se lavar. Mas mal sentou-se Jesus, Maria tomou um frasco de alabastro que continha uma libra de perfume muito caro, de nardo puro. Aproximou-se por detrás do divã onde estava recostado Jesus e ungiu os Seus pés e secou-lhes com os seus cabelos.
O nardo era um perfume raríssimo, de grande valor, que ordinariamente se encerrava em pequenos vasos de boca estreita e apertada. Quebrar este vaso e derramar o conteúdo sobre a cabeça de alguém, era, entre os antigos, sinal de grande honra e distinção.
Maria ofereceu o melhor para Jesus Cristo. Ela não ofereceu um perfume
barato, e sim, o melhor e o mais caro. E você? O que tem oferecido ao seu Senhor?
Façamos também nós o mesmo: ofereçamos para Nosso Senhor aquilo que temos de melhor e mais precioso. O melhor cálice, a mais bela patena, o mais piedoso ostensório, os melhores paramentos, a nossa vida, tudo o que somos e temos. Pois, todo o luxo, majestade e
beleza são poucos, perante a tamanha grandeza de Jesus, nosso Mestre e Rei.
Acolhendo o mistério redentor de Cristo e Sua Palavra, meditando os acontecimentos da nossa redenção, só poderemos crescer na alegria e na paz do Deus que nos ofertou Sua vida. Deixemos, pois, que o Espírito de Deus tome conta de nossa existência, para que sejamos conduzidos à eterna alegria da salvação e da ressurreição.
Acolhendo o mistério central da nossa fé, desejo que essa Semana Santa seja um momento especial de graça para você e toda sua família.
Padre Bantu Mendonça
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