Vez ou outra, recebemos o comentário de algum revoltadinho nos xingando por afirmamos que socialismo e cristianismo são incompatíveis. O último que recebemos foi esse aqui:
“…que absurdo é esse de que católico não pode ser socialista? É lógico que Marx vai afastar o povo da religião! [notem: ela está sendo irônica, pois acha que Marx é inofensivo à fé] Esse fanatismo religioso e alienado que vc defende e que foi responsável por tanto derramamento de sangue no mundo, sobretudo na Europa. Analise bem as ações de Cristo dentro do contexto no qual ele viveu, a maneira como lidou com os pobres, e verá que ele é uma das figuras mais políticas e transgressoras que esse mundo já teve. Ele está mais próximo do socialismo do que a maioria daqueles que se dizem marxistas.“Mas será que vc tem humildade e profundidade o suficiente para enxergar Cristo dessa forma? Aliás, humildade é o que faltam em suas palavras…”- Leitora Humilde
Quem bom que existem pessoas como a Leitora Humilde, que tiram dos nossos olhos a venda do fanatismo e da arrogância. Como podemos ver, suas palavras exalam humildade. Tanto, que ela prefere dar crédito a uma interpretação pessoal da Bíbliasobre a figura de Jesus (mais uma catolicrente?) do que ao ensinamento dos Papas e dos santos, que jamais associaram o Senhor do Universo à filosofia diabólica do socialismo.
A Leitora Humilde nos incita a fazer uma análise “das ações de Cristo dentro do contexto no qual ele viveu, a maneira como lidou com os pobres”. Ok, proposta aceita. Fica pra outro post. Hoje, vamos nos restringir a explicar porque teimamos – fanáticos que somos – em alertar os católicos sobre o quanto é grave se associar ou dar apoio a atividades ou partidos fundamentados em ideias socialistas. Muitos vão achar que se trata de um motivo besta… É que NÃO QUEREMOS QUE NINGUÉM SEJA EXCOMUNGADO.
É isso mesmo: o católico que, mesmo tendo sido advertido sobre a doutrina da Igreja a este respeito, ainda assim se declara simpático ao comunismo ou, de alguma forma, colabora com atividades comunistas é AUTOMATICAMENTE EXCOMUNGADO(excomunhão latea sentientae). Cristãos que abraçam o comunismo cometem pecado de APOSTASIA, isto é, renegam a fé católica, e não podem receber os sacramentos. É isso que determina, com todas as letras, o “Decreto Contra o Comunismo” ordenado pelo Papa Pio XII e confirmado pelo Papa João XXIII.
Ser católico, entre muitas outras coisas, é dizer de coração “Creio na Santa Igreja Católica. E isso implica colocar o ensinamento da Igreja acima de nossas opiniões. Porém, mesmo diante da verdade anunciada pelos papas, alguns preferem continuar fazendo birra e batendo os pézinhos…
Então, vamos às palavras dos nossos Papas.
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Decretum Contra Communismum e sua confirmação
Decreto do Santo Ofício
28 de junho (1 de julho) de 1949
AAS 41 (1949) pág. 334
Decreto contra o comunismo
28 de junho (1 de julho) de 1949
AAS 41 (1949) pág. 334
Decreto contra o comunismo
Perguntas e Respostas (confirmadas pelo Papa Pio XII, a 30 de junho):
1. Se é lícito inscrever-se no partido comunista ou prestar-lhe apoio.
Não: o comunismo, com efeito, é materialista e anti-cristão; e os chefes comunistas, incluso se às vezes por palavra professam não combater a religião, na realidade sem embargo, tanto na doutrina como na ação, se mostram hostis a Deus, à verdadeira religião e à Igreja de Cristo.
2. Se é lícito publicar, difundir ou ler livros, revistas, periódicos ou folhas* que defendem a doutrina e a ação dos comunistas, ou escrever neles.
Não: estão proibidos, com efeito, pelo próprio direito. (cf. CIC, can. 1399).
3. Se podem ser admitidos aos sacramentos aqueles fiéis que cumpriram consciente e livremente os atos mencionados nos números 1 e 2.
Não, segundo os princípios de caráter geral referentes à negação dos sacramentos aos que não têm a disposição requerida.
4. Se os fiéis que professam a doutrina materialista e anti-cristã dos comunistas, e sobretudo os que a defendem e a propagam, ipso facto, como apóstatas da fé católica, incorrem em excomunhão speciali modo reservada à Sé Apostólica.
Sim.
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Eleições de delegados que apoiem o comunismo
Resposta do Santo Ofício, 25 de março (4 de abril) de 1959
AAS 51 (1959) pág. 271-272
AAS 51 (1959) pág. 271-272
Pergunta:
Se é lícito aos cidadãos católicos, na eleição dos representantes do povo, dar o voto àqueles partidos ou candidatos que, ainda que não professem princípios contrários à doutrina católica, e se atribuem inclusive o nome cristão, de fato sem embargo se associam aos comunistas e os favorecem com seu modo de atuar.
Resposta (confirmada pelo Papa João XXIII, a 2 de abril):
Não, segundo a norma do Decreto do S. Ofício de 1 de julho de 1949, n.1.
Fontes:
Decreto no texto original, em latim – Site do Vaticano. AAS 41 (1949) e AAS 51 (1959)
Texto traduzido para o português – Blog Quo Vadis?
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Comentário (Paulo Ricardo de volta):
É muito comum as pessoas em aqui Pindorama não levarem em consideração o partido político em que estão votando, observando na sua frente apenas o candidato. Já fizemos até um Catecast inteiro sobre esse assunto. Já dissemos aqui, em outras oportunidades, que CATÓLICO QUE VOTA EM COMUNISTA TÁ EXCOMUNGADO (quando conhece o ensinamento da Igreja sobre isso e ainda assim se recusa a aceitá-lo). Só que, parece, muitos católicos brasileiros vivem em um permanente surto psicótico.
Na verdade, tudo por aqui parece ser uma questão de opinião. Só que o “Decreto Contra o Comunismo” não é mera opinião. É A DETERMINAÇÃO DE UM SUCESSOR DE PEDRO, corfirmada por outro. E os papas que se seguiram – Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI – mantiveram o conteúdo deste documento.
Se, ao tomar conhecimento desse decreto, um católico persiste em seu “sonho socialista”, o que acontece nesse caso? Ora, entra em cena a malandragem brasileira! Só pode! As pessoas acham que o voto secreto é secreto para Deus também. Ora, pipocas!
Aqui em Pindô (Brasil) não existe partidos de direita ou conservadores. A maioria da população, muito embora tenha usos e costumes conservadores, não possui representatividade no poder nenhuma. O politicamente correto, associado à natural culpa cristã, construiu um monstro mental em que a defesa dos valores da grande maioria das pessoas é uma coisa retrógrada, ruim, feia, anti-humana. Desacostumados a pensar, os brasileiros acabam com vergonha dos seus próprios valores.
Para piorar, são poucos ainda que possuem noções básicas de matemática para concluir que um regime que, de acordo com estatísticas conservadoras, mata 60 milhões de pessoas em tempos de paz não pode ser uma coisa boa (sim, estou falando do comunismo – saiba mais no post “Católico socialista é igual a judeu nazista“). E a Leitora Humilde – e muito bem informada também, por sinal – ainda vem dizer que o nosso fanatismo religioso é que foi responsável “por tanto derramamento de sangue no mundo, sobretudo na Europa”.
Isso posto, resta ainda o que disse o Beato João Paulo II: os católicos brasileiros são cristãos no sentimento, não na fé. Quando li isso a primeira vez deu vontade de chorar por vergonha alheia. Nosso Papa, piedosamente, constatou que somos incapazes de pensar como católicos. Exemplo? O absurdo sincretismo de lavagens de escadas na Bahia, pagamento de promessas feitas a uma pai-de-santo numa Igreja e por aí vai. Sem contar as tendências “catolicrentes” e os “alminhas puras” farisaicas que se consideram a quintessência da pureza espiritual.
Ainda tem gente que vai querer argumentar contra o Decreto de Pio XII, claro, para salvar a própria rabeta. Como diz o Professor Olavo de Carvalho: “Você diz: caiu um prédio. E te respondem: ‘Não concordo! Não concordo com suas opiniões!’ Mas eu não dei nenhuma opinião, p**ra!”.
Esse é o nível de loucura em que nós vivemos. Deus, tenha piedade de nós!
Esta excomunhão é valida ainda hoje?
Se você citar a excomunhão automática afirmada no “Decreto Contra o Comunismo”, é quase certo que apareça alguém, sem qualquer base documental, dizendo que isso não vale mais. MENTIRA!
Quem esclarece isso muito bem é o Padre Paulo Ricardo, no vídeo “67 – A Resposta Católica: Ser comunista é motivo para excomunhão?“.
Ainda voltaremos a esse tema. Fiquem na paz de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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