Irmãos, a criação está consumada. Preparemo-nos para a chegada d’Aquele que vem a nós cheio de amor. Ele vem para nos salvar, para que sejamos transformados, tornemo-nos límpidos, transparentes e cheios de vida.
O desejo de Deus há de se realizar um dia, pois ainda não somos tudo o que Ele deseja e espera de nós. Para que Lhe correspondamos, o Senhor se dignou a nos enviar Seu próprio Filho, que se fez homem igual a nós, menos no pecado.
O Antigo Testamento converge para dois temas ideológicos principais: a afirmação de um ramo da descendência de Abraão, como povo divinamente eleito e a preeminência de Davi como piedoso e poderoso rei modelar. O Judaísmo, surgido entre as elites exiladas na Babilônia e consolidado no retorno do exílio, recorre às elaborações genealógicas para afirmar-se como abraâmico e davídico. As genealogias foram utilizadas também para reivindicar pertença a estirpes sacerdotais originárias de Aarão e para identificar vocações messiânicas.
Mateus, dirigindo-se à comunidades de cristãos convertidos do Judaísmo insiste em vincular Jesus às suas antigas tradições para convencê-los de que, n’Ele, realizavam-se suas expectativas messiânicas.
Com esta intenção, Mateus inicia seu Evangelho com uma genealogia em três blocos de sucessão: de Abraão a Davi, de Davi ao exílio, do exílio a José, “esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo”. Contudo, fica aberto um espaço para a novidade: o menino que nasceu não é fruto de José, mas do Espírito Santo.
Portanto, a genealogia de Jesus mostra-nos que Ele assumiu por completo a natureza humana, e que a humanidade se preparou para recebê-Lo. Ele se fez humano para que o humano se fizesse divino. Agradeçamos a Deus pelo Seu amor e pela Sua misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
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