Traduza para o seu idioma o Programa Tamojunto

terça-feira, 8 de maio de 2012

Homilia diária: Escolha entre a paz do mundo e a paz de Jesus


Chegou a hora do Príncipe da Paz partir para o seio do Pai. Não querendo deixar Seus melhores amigos em conflito, Ele rompe o silêncio provocado pelo medo da solidão, o qual foi provado pela Sua ausência. Jesus se levanta e pronuncia as benditas Palavras: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (Jo 14,27).
Trata-se aqui do discurso da despedida. O Mestre sabia que havia chegado a hora de sair desse mundo. Por isso, não queria partir sem dar calma, segurança, amparo, conforto, vitória, enfim, garantia de vida plena.
O Mestre faz uma clara declaração da Sua personalidade. Ele é, por natureza, o comunicador da paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de  tranquilidade “intimista e sentimental”, porque a paz de Jesus é muito mais do que isso.
A harmonia é um dom de Jesus para Seus discípulos, em vista do testemunho a que são chamados a dar. Ela visa a ação, por isso não se pode reduzi-la ao sentimento. A paz de Jesus tem como efeito banir, do coração dos discípulos, todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo esse dom, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades.
Assim pensada, a paz de Cristo consiste numa força divina, a qual não deixa que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes na caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar.
A paz do mundo é outra coisa, esta é falsa e enganosa, coexistindo com a perturbação e o medo. Ela é a ausência de discordâncias, questionamentos ou conflitos, vigorando a submissão geral à ordem imposta pelo poder. Essa pacificação encontra-se na fuga e na alienação aos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingênua em Deus, de quem tudo espera sem exigir colaboração. Nesse sentido, é uma paz que conduz à morte!
O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece. Pois eles sabem que só esta desfaz aquela oferecida pelos homens.
A paz de Jesus é fruto da prática fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É o reencontro da vida em união com a vontade do Pai.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Sim, Senhor Jesus, dê-nos a graça e a força para que, no nosso dia a dia – a começar por hoje – tomemos posse da Sua paz, pois ela nos tranquiliza a alma e nos faz “mais do que vencedores” em todas as situações, porque o Senhor está sempre conosco.
Padre Bantu Mendonça


Nenhum comentário:

Postar um comentário