Jesus continua se despedindo dos Seus discípulos. No texto de hoje, Ele insiste que permaneçamos no Seu amor e propõe como mandamento novo o amor: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando”.
Assim como Ele – por amor – se tornou nosso amigo de verdade, assim nos convida a fazer o mesmo. Que todos continuemos unidos à Ele por meio do Seu próprio amor. E n’Ele e por Ele, a sermos amigos uns dos outros, a amar-nos uns aos outros. E é importante lembrar que “amar uns aos outros” não é apenas em palavras.
A iniciativa, porém, é de Jesus: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”. A afirmação se refere à proposta mais do que ao mandamento. Isto é: “O amor partiu de Mim, não de vocês”. Desse amor se desprende a vitalidade e a amplidão da sua missão. Baseada nisso, a resposta dos discípulos se torna fecunda em frutos duradouros.
Assim como os discípulos, a nossa oração ao Pai também será ouvida, porque é feita em nome de Cristo, isto é, na circulação desse seu “amor-dom”, e não na estreiteza egoísta das nossas visões e intenções. Por isso, precisamos acolher o apelo de I Coríntios 13,1-3:“Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria”. Portanto, exige-se de todos nós sermos cristãos de verdade.
Precisamos estabelecer uma relação VERTICAL com Deus, assim como também abraçamos aos irmãos que estão ao nosso lado na HORIZONTAL formando, assim, uma “cruz”. O cristão é uma pessoa diferente porque tem um sorriso sincero. Sua forma de agir e reagir é autêntica: sem exageros, sem bajulações, sem falsidade, sem nenhum interesse, sem medir esforços quando vai prestar uma ajuda, sempre correto nas suas considerações ou avaliações. O seu ‘não’ é sempre um ‘não’ e o seu ‘sim’ é sempre um ‘sim’, pois nunca promete o que não pode cumprir, ou seja, o cristão é aquele verdadeiro amigo não apenas das horas alegres, mas também das horas de dor e sofrimento. Ele é parecido com os nossos pais: observa nossos defeitos, nos alerta sobre os mesmos mas, em seguida, nos perdoa, pois nos aceita como somos na realidade, mas não poupa esforços para nos ajudar e corrigir.
O cristão é aquele que sempre deseja para o outro o mesmo que deseja para si, não se preocupando com lucro ou glória pessoal. Ser cristão é tentar imitar a Cristo, seguindo Seus ensinamentos. Ser cristão é estar na amizade com Cristo. Mas sem querer “guardar” Cristo só para si. O cristão de verdade é aquele que leva Cristo até o seu irmão através de bons exemplos, da explicação da mensagem de Jesus, da correção fraterna e com as mãos estendidas.
É amando ao próximo como a nós mesmos que estaremos cumprindo o mandamento do amor de Deus.
Padre Bantu Mendonça
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