Meu irmão, é para você que eu me dirijo, fazendo valer a advertência de Jesus aos Seus discípulos. Eu e você somos de igual modo ameaçados – por todos os lados – pelas desuniões, brigas, confusões, divisões familiares e amizades que, muitas vezes, nos afastam do caminho da unidade, da harmonia, do perdão e do diálogo que nos levam à verdadeira comunhão com Deus na pessoa do próximo. Por isso, assim como o Mestre não poupou Seus discípulos das tribulações que o mundo lhes preparava, nós também não somos poupados.
Devemos estar preparados para os momentos de tribulação. Jesus não nos reserva um lugar especial, onde estejamos imunes às tentações. Por isso, Ele nos diz: “No mundo, sofrereis tribulações, mas tende fé, eu venci o mundo”.
Para que não fiquemos desesperados, entreguemos nossa vida ao “Deus dará”. Ele próprio se põe em oração por nós, rezando para que, firmes na fé, na confiança e esperança em Seu nome, sejamos mais do que vencedores. “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno”.
Nessa oração, vemos o firme propósito de Jesus, quando nos dá a entender que nós, embora estejamos no mundo e permaneçamos nele, precisamos ser firmes, porque não somos daqui.
Precisamos caminhar, de mãos dadas, para a Jerusalém Celeste, ciente de que o cenário deste mundo passará e deixará ruínas. Só no céu encontraremos todas as belezas eternas. Será que você se esqueceu do velho ditado: “é pelo fogo que se prova o ouro”? A prova de sua fé acontece no confronto com o maligno, trocando o mal pelo bem, amando os que lhe contrariam, perseguem, odeiam e dizem todo o mal contra você. Só assim você será merecedor dessa bem-aventurança: “Bem-aventurados sereis quando vos injuriarem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque será grande nos céus a vossa recompensa” (Mt 5,11-12). Tomando posse dessas Palavras do Mestre, devemos provar a nossa solidez e fortaleza; e não a fragilidade de nossa adesão a Cristo.
Jesus nos pede a graça da unidade, como fez com Seus verdadeiros discípulos. Ele é “um com o Pai” e veio ao mundo para revelá-Lo aos homens, para que estes comunguem na própria vida de Cristo, junto de quem Ele é representante. A unidade é, por isso, a comunhão de vida existente entre o Pai e o Filho e, por Este, vem até os homens. Aqueles que chegarem ao conhecimento de Deus, pela Palavra de Jesus, entrarão na unidade com o Senhor, deixando-se consagrar por essa Palavra de verdade que o Filho lhes revela.
A vida do Espírito Santo sobre os discípulos enviados para a missão é a segurança que eles esperam de Deus, que os consagra no amor e na alegria. Assim como o Senhor consagrou Seu Filho, também Jesus os consagra ao Pai e os envia em missão ao mundo para serem testemunhas da Verdade, que é a realização da vontade divina: justiça, paz e vida sobre a Terra.
Portanto, peça ao Senhor a graça da fidelidade, da unidade, da paz e do amor a Ele por intermédio de Seu Filho no poder do Espírito Santo.
Padre Bantu Mendonça
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