Você deve ser um daqueles 9 entre 10 católicos que recebeu de algum amigo ateu um link da Folha ou do Globo OnLine com a matéria sobre o imenso “patrimônio secreto” do Vaticano em Londres, erguido com a grana do governo fascista. Ok, vamos lá…
Esta bola – pra lá de murcha, como veremos – foi erguida pelo jornal britânico The Guardian, que afirma ter feito uma mega investigação, que resultou na descoberta de um “império de propriedades” da Santa Sé em Londres. Estes bens “ocultos” teriam sido adquiridos com dinheiro dado por Mussolini. Em troca, a Igreja teria reconhecido o governo do ditador.
As posses da Santa Sé em Londres ficariam escondidas nas mãos de empresas disfarçadas, justamente manter sigilo sobre as origens fascistas da riqueza.
O Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, já veio a público explicar a questão, em uma entrevista a outro jornal britânico, The Telegraph.
Tá… agora me conta uma novidade?
O Padre Federico Lombardi se disse surpreso com o fato de algo já sabido há 80 anos – atenção, 80 anos!!! – estar sendo publicado como novidade bombástica. Qualquer historiador de meia-tigela sabe que, durante o governo de Mussolini, a Igreja Católica foi indenizada pelos territórios pontifícios que foram invadidos e tomados pelo governo da Itália em 1860.
Com a compensação financeira, publicamente prevista no Tratado de Latrão, em 1929, a Igreja se comprometeu a desistir de reclamar a posse dos seus antigos prédios e territórios (entre eles, o palácio Quirinal, que hoje é residência do presidente da Itália).
Seria interessante que os geniais “investigadores” do The Guardian explicassem como a Igreja pode buscar manter sigilo sobre algo que é de conhecimento público há décadas.
Empresas disfarçadas? Ou sensacionalismo indisfarçável?
As propriedades britânicas do Vaticano são geridas por uma unidade especial chamada APSA – Administração do Patrimônio da Sé Apostólica. E, para grandes organizações multinacionais como a APSA, é comum o uso de uma rede de empresas para administrar seus bens. Não há nada de escuso nisso, como o jornal buscou sugerir.
Como podemos ver, essa é mais uma fanfarronice de profissionais de imprensa chulés, antiéticos e sem assunto. Querem posar de grandes “detetives”, mas não passam de fabricantes de papel higiênico para gatos. É só para isso que esse tipo de jornal serve!
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