Ao ler o nosso post, uma menina chamada Débora ficou irritadinha e, além de ter chiado muito no Facebook, fez aqui no blog o seguinte comentário:
“Profanador é aquele que leva a intolerância, a arrogância e obscuridade ao seio de uma Igreja fundamentada no amor e na caridade. Não esqueçamos do que Jesus fez: acolheu a todos, prostitutas, pescadores, cobradores de impostos. Aqueles que se julgavam donos da verdade e servos fiéis de Deus Ele os chamou de hipócritas. Pensemos nisso.“A dança arte da dança é utilizada pela humanidade para se expressar desde sua origem. Assim profano não é dançar durante a missa, desde que a dança seja de oblação e os movimentos transmitam santidade.”(Débora, leitora de oposição)
Jesus acolheu a todos? É verdade… Acolheu os vendilhões do templo com chicotadas no lombo! Imagina o que Ele faria com os dançarinos di Zizuiz!
Agora me explica, Débora: o que seria uma dança de oblação? O que seriam movimentos que transmitem santidade? Qual é o critério para definir isso? O da cabeça de cada um, é claro! Um padre acha que é bonito celebrar missas com bailes gaúchos, outro permite o funk do espeto (espeto aludindo a pênis, mesmo), outro incentiva passinhos de capoeira e trejeitos de pombagira, outro aprova o hip-hop…
No post anterior, mostramos como o episódio em que o Rei Davi dançou diante da Arca serve de muleta para os promotores da “dança litúrgica”. Além disso, eles se apoiam também no aval da CNBB, que, ainda que seja formada por bispos notáveis e dignos do nosso apreço, não deixa de sofrer forte influência da Teologia da Libertação.
Vejam essa pérola publicada no documento 43 – Animação da Vida Litúrgica do Brasil (1989):
“Nosso corpo, sensível e dócil ao movimento, é uma fonte inesgotável de expressão. Por isso, na liturgia têm importância os gestos, as posturas, as caminhadas e a dança.” (item 83)
Ahhh… Então a dança é importante na Missa? Gente, avisa isso pro Bento XVI, porque o coitado tá muito desatualizado! O homi tá há sete anos sentado no Trono de Pedro, e até hoje nunca se viu danças nas missas em que ele celebra.
E bonito mesmo é o trecho que diz que o nosso corpo é uma “fonte inesgotável de expressão”. Segundo o documento 43, o lugar adequado pra essa “fonte” jorrar é a Santa Missa. Legal… O curioso é que nenhum Apóstolo requebrou na Santa Ceia, nem tampouco Nossa Senhora, Santa Maria Madalena ou São João no Calvário.
A Missa é, acima de tudo, a celebração de um sacrifício. Depois do sofrimento e morte na cruz, o nosso Deus não continuou morto, Ele vive, e vale até dançar de alegria por isso… mas não na Missa.
Neste sentido, assino embaixo dessas palavras:
“Eu vejo que existe uma tendência em alguns lugares de se resumir todo o trabalho pastoral da Igreja à missa. Dessa forma, tudo o que poderia ser feito em inúmeras outras ocasiões acabam sendo inseridas inadequadamente na celebração litúrgica. E tome de padre fazendo grupo de oração na missa, adoração ao santíssimo, músicas mais adequadas a um show que à missa… Gente, vamos levar essas coisas para a animação pastoral, não para a Santa Missa.”(Felipe, leitor)
É importante notar que o documento 43 foi publicado há mais de 20 anos. O que se verificou neste tempo foram numerosos e sucessivos abusos litúrgicos.
Se liga: Jesus não é teu chapa
Nossa alegria na Missa pela Ressurreição deve se manifestar sim, mas de formaserena e cheia de reverência. Afinal, estamos num LOCAL SAGRADO. Mas tem povin que entra na casa de Deus sambando, dançando kuduro…
Que diferença desse pessoal pro centurião do Evangelho, que não se sentia digno nem de que Cristo entrasse em sua casa! O que o centurião (Mt 8,8) tinha e eles não têm? Simancol e humildade.
Coloque uma coisa na cabeça, dançarino de Ziziuz: O Senhor do Céu e da Terra não é teu chapa. Ele é DEUS. Então, não abusa da intimidade, valeu? Ele é teu amigo, mas não um amigo qualquer. É preciso que nos aproximemos dEle e que permaneçamos em Sua casa com o respeito e a estima que Ele merece. Na encíclica Ecclesia Eucharistia, o João Paulo II já havia puxado a orelha da galera, mandando tomar cuidado com a tentação de banalizar a intimidade com Cristo:
“Se a ideia do ‘banquete’ inspira familiaridade, a Igreja nunca cedeu à tentação de banalizar esta ‘intimidade’ com o seu Esposo, recordando-se que Ele é também o seu Senhor e que, embora ‘banquete’, permanece sempre um banquete sacrificial, assinalado com o sangue derramado no Gólgota.”(Beato João Paulo II)
Missa com hip-hop e missa-boate
Na Capela de São Sebastião, em Curitiba-PR o pessoal tá seguindo a cartilha do documento 43 à risca! Na chamada “Missa 100% jovem” , tem coreografia de hip-hop pra animar a garotada:
Qual é o pobrema, gênti? Se num tiver agito, os jóvi morre di tédio na Missa.
Agora, falando sário: a dancinha tá até fofa. O problema é que foi realizada no lugar e na hora errados. Reparem que, aos 2 min. do vídeo, duas meninas são erguidas e levantam os traseiros em direção ao altar. A citada capela pertence à Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém.
Mas se os jóvi da Capela de São Sebastião tão achando que a Missa deles é animada, é porque não viram a BOATE de responsa diante do altar na Paróquia São Francisco de Assis, em Campo Limpo Paulista-SP. Logo antes da Missa, eles fazem um “esquenta” com a garotada, com direito a efeito de luzes no escurinho e fumaça de gelo seco (o vídeo tem 20 minutos, mas basta ver os dois primeiros). Se superooooou! É CAM-PE-Ã!
Em outro vídeo, que dá continuidade ao vídeo acima, é mostrada a Missa em si. E o agito continua, com direito a sacerdote requebrando e tudo. O interessante é que os paramentos são ROXOS, ou seja, é bem provável que fosse um período de jejum e PENITÊNCIA!
Mas não sejamos injustos: os jovens que participam dessas coisas esdrúxulas são, em geral, completamente inocentes, e fazem tudo com pureza de coração. A ira do Senhor com a zona na sagrada liturgia recairá especialmente sobre aqueles que deveriam pastorear o rebanho e ser zelosos: bispos, párocos e celebrantes.
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