Num mundo marcado por falsos juízos, Jesus nos adverte: “Não julgueis, para que não sejais julgados”.
Esta expressão – tranquilamente entendida por “criticar” – é uma das mais conhecidas, mas nem sempre interpretada corretamente.
O julgamento que não devemos fazer é aquele em que nos colocamos no lugar de juiz para condenar ou falar mal de nosso irmão segundo nossa própria avaliação. Isto, porém, não se refere ao discernimento que deve ser exercido pelo cristão ou pela Igreja para se proteger contra os que praticam o mal ou ensinam falsidades, ou para manter disciplina para o bem da Igreja.
Quem ousa julgar os outros sofrerá as consequências dessa usurpação de poder, pois também virá a ser julgado na mesma medida.
Lembremos sempre das nossas próprias imperfeições antes de nos colocarmos no lugar de juiz para apontar as faltas dos outros. O Senhor Jesus chama isso de hipocrisia. É preciso, primeiro, eliminar as nossas próprias faltas e imperfeições antes de julgarmos as dos outros. As nossas, sob essa perspectiva, são maiores e se comparam a uma trave em nosso olho quando só podemos ver um argueiro no olho do nosso irmão.
Ao nos depararmos com pessoas tão perversas, as quais tratam as verdades divinas com total desprezo e reagem com violência quando lhes falamos do Evangelho, não temos aobrigação de continuar insistindo com elas. Se o fizermos, apenas estaremos aumentando a condenação que já pesa sobre elas.
Nem sempre é fácil perceber quando uma pessoa pode ser classificada nessa categoria, mas quando em dúvida, temos o recurso de pedir discernimento em oração.
Por isso, reze: “Pai, livre-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como o Senhor é misericordioso comigo. Amém!”
Padre Bantu Mendonça
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