Segundo o evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1,20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna globante na vida existencial do homem e extensivo a todas as outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
Jesus faz um rebusco do que diz a Lei de Moisés: “Não mate. Quem matar será julgado.” Na lógica de Jesus, não se trata apenas de tirar a vida de alguém. Ademais este preceito era somente considerado inadiável e válido no trato e nos relacionamentos entre todos aqueles que se consideravam eleitos. Não se aplicava aos que eram de fora, que não pertenciam ao povo hebreu. Para Jesus, é preciso ir ao fundo do coração de cada um.
O homem criado à imagem e semelhança de Deus não pode ficar preso única e exclusivamente no matar. Ele terá que ter em conta também o não odiar, se encolerizar, desprezar, discriminar no coração. Tudo o que vai, além disso, constitui um atentado à vida que é um Dom de Deus. Pois ofertas, sacrifícios e holocaustos diante de Deus não têm sentido se não forem frutos da reconciliação com o próximo. Daí que Jesus nos convida à reconciliação. Condição sem a qual homem algum poderá entrar no Reino da Justiça, o Reino dos Céus.
Padre Bantu Mendonça
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