Cada escândalo sexual protagonizado por membros do clero católico é usado como munição pelos inimigos da Igreja, que disparam contra a obrigação do celibato. O nosso leitor Tato Diego que o diga: devido a um bafafá recente que veio à tona, seus amigos ateus e protestantes estão enchendo seu saco.
Nesta semana, a imprensa divulgou a pulada de cerca do bispo da diocese de Merlo-Moreno (Argentina), Fernando María Bargalló. O homi foi fotografado tomando banho de mar abraçadinho com uma mula-sem-cabeç… ops, quer dizer, com uma mulher em uma praia do México, no melhor estilo “Cicarelli on the waves” (não me peçam pra explicar esta história, isso aqui é um blog de família!).
Questionado, o bispo mandou o caô de que se tratava de uma “amiga de infância”. Mas, na sexta passada, o hermano assumiu que tava traçando a amiguinha mesmo e apresentou a sua renúncia ao Vaticano, que foi aceita sem demora.
Tato, diga a seus amigos que, se o celibato sacerdotal é besteira, a fidelidade conjugal, a honestidade e a luta contra a prostituição infantil são também(só pra citar três exemplos entre muitos outros valores importantes para a nossa sociedade, mesmo entre os ateus). Quer saber por quê? Vamos aplicar o mesmo discursinho cínico de nossos inimigos a outros valores:
- “Ora, quem não conhece alguém que já não tenha traído o(a) namorado(a) ou o(a) esposo(a)? Fidelidade é algo fora do real, é ilusão achar que alguém pode ser feliz se relacionando por muitos anos com uma só pessoa. Todos deveriam ter um casamento ‘aberto’, com pinto solto e xoxota free. Vamos parar de hipocrisia!”
- “Ah, todo o político rouba. Olha só Brasília, olhem as prefeituras do Brasil, quantas fraudes! É perda de tempo cobrar honestidade de nossos governantes, não há como deter a corrupção. Vamos parar de nos preocupar com isso e deixar eles roubarem, contanto que façam algo pelo povo.”
- “Gente, desde que o mundo é mundo, crianças são exploradas sexualmente, aos montes. Faz parte da história da humanidade. Especialmente nos países onde há muita pobreza, como Tailândia, Indonésia e Brasil, é praticamente impossível erradicar a prostituição infantil. De que adianta dar murro em ponta de faca? Deixem os turistas pervertidos se divertirem em paz!”
Então, com base na constatação de que muitos são infiéis com seus parceiros amorosos, de que grande parte da classe política brasileira é corrupta e de que a prostituição de crianças é uma prática muito difundida e difícil de combater, vamos jogar a toalha, vamos desistir de acreditar e de lutar pelo que é justo e bom?
Só porque muitos fazem o que é errado, torna-se inútil seguir e incentivar o que é certo? Só tem um nome prum sujeito que pensa assim: IMORAL. Ah, não, peraí… há outro nome bem adequado: SEM-VERGONHA.
Sim, evidentemente, nem todos têm caráter, generosidade e coragem suficiente para buscar viver conforme o ideal, conforme aquilo que é mais justo, mais belo, mais proveitoso para todos. Mas isso não arranha nenhum milímetro a realidade de que as pessoas de bem – ou ao menos aquelas que buscam sinceramente ser boas, a despeito de suas falhas e limites – devem perseguir incessantemente o ideal. Sempre que a humanidade abre mão do que é bom, justo e reto por tomar como padrão a conduta dos desviados, a sociedade mergulha num mar de bosta. É o inferno na Terra, em suma.
Não vamos entrar nas motivações do celibato sacerdotal aqui (fica pra outro post), mas não é o ataque dos anticatólicos o que mais deve nos indignar; eles só estão fazendo o seu papel idiota de sempre, vomitando seus preconceitos e chavões batidos. Duro mesmo é ver gente católica, que vive desfiando as contas do terço e beijando pé de santo, difundir sem pudor esta mesma balela: “Viu gente? Olhaí, mais um pegando mulher. É por isso que eu acho que os padres deveriam poder se casar”.
Em sua evolução e amadurecimento ao longo dos anos, a Igreja compreendeu que seus sacerdotes deveriam ser celibatários. Há padres infiéis? Sempre houve e sempre haverá, como sempre houve e sempre haverá infidelidade conjugal. Porém, milhões de religiosos – tanto homens quanto mulheres – ao longo de centenas de anos, deram e ainda dão testemunho de fidelidade aos seus votos de castidade(isso os detratores da Igreja não consideram).
Salve São Vicente de Paulo! Salve o Cura D’Ars! Salve o Beato José de Anchieta! Salve Padre Pio de Pietralcina! Salve Santo Antônio de Pádua! Salve Santo Inácio de Loyola! Salve Frei Galvão! Salve (aff, não vou acabar isso nunca!) …
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