Traduza para o seu idioma o Programa Tamojunto

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ataques Teleguiados de Pilotos Kamikazes Acéfalos

professor_historia_burro
E aí meu povo,
Esse post é um auxílio que o blog O Catequista está prestando a um de nossos leitores, um estudante do ensino médio (André) que deseja saber como refutar as imbelicilidades anticristãs pregadas por seu professor. A relevância do pedido desse rapaz nos motivou, até porque, o que ele está passando é lugar comum na vida de muitos de nós e, precisamente por conta das implicações sociais advindas, muitos também acabam por ter sua própria fé abalada.
Trata-se do vil ataque anticatólico das “Tias Tetecas” e dos “Tios Pafúncios” –professores de história de péssima qualidade que estão espalhados por aí. Essas pessoas não têm preparo intelectual, mas estão armadas com diplomas de universidades públicas e particulares, embebidos até o tutano em marxismo, esterco iluminista e historiografia francesa.  Temos que ter paciência com eles amigos, afinal, sofrer influência francesa e ser capaz de pensar ao mesmo tempo é uma coisa bem difícil nos dias de hoje.
Que fique entendido: admiro muito a tradição francesa, pois muito da nossa cultura, muito de bom, veio lá das Gálias. Mas o país se afundou num charco em 1789 e até hoje não conseguiu sair dele, com nobre e raras exceções, exceções essas, fique claro, que são muito mais relevantes para a história humana do que toda burritzia desse país onde Deus nos colocou.
Vou responder pontualmente às afirmações que o nosso amigo André nos passou, ouvidas por ele de seu professor.
1 – “Um teólogo francês canonizado (Santo Laud de Angers) dizia que apenas os senhores feudais precisavam prestar culto a Deus, enquanto que todos tinham obrigação de amar e venerar o seu senhor.”
O texto exato de onde o tal professor extraiu esta informação é esse aqui:
“Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros, servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o senhor…”
Fonte: St. Laud de Angers, Documents d Historie Vivante. In: FREITAS, Gustavo de. “900 textos e documentos de história”. Vol. 1 Lisboa, Plátano, 1975.
Aí eu faço o seguinte questionamento: e daí? Fica patente aqui a desonestidade do dito e a empulhação de cunho marxista do “professor”. É pura ideologia tosca. Ele não colocou o contexto em que esse tipo de fonte estava, colocou?
Vejam bem, o que temos aqui é uma questão que nada tem a ver com teologia, mas sim com política.  Santo Laud mencionava o papel dos homens dentro do sistema feudal.  Tanto é que nem a academia brasileira foi contra, uma vez que incorreria num delírio de inversão. Provo o que digo porque esse texto foi utilizado no vestibular da UNESP, conforme podemos conferir acessando esse endereço:
Para ficar bem claro, vou transcrever exatamente a questão:
Pergunta:
TEXTO I “Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros, servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o senhor…” St. Laud de Angers, Documents d Historie Vivante. In: FREITAS, Gustavo de. “900 textos e documentos de história”. Vol. 1 Lisboa, Plátano, 1975.
TEXTO II “Capítulos do projeto de concórdia entre os camponeses da Catalunha e seus senhores. [...] VIII – que o senhor não possa dormir a primeira noite com a mulher do camponês: Pretendem alguns senhores que, quando o camponês toma a mulher, o senhor há de dormir a primeira noite com ela, e, em sinal de senhorio, a noite em que o camponês deva contrair núpcias, a mulher, estando deitada, vem o senhor, sobe à cama, passando sobre a dita mulher e como isso é infrutuoso para o senhor e uma grande humilhação para o camponês, um mau exemplo e uma ocasião para o mal, pedem e suplicam que isso seja totalmente abolido”. PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. “História: textos e testemunhas”. São Paulo: UNESP, 2000.
Os documentos se referem às práticas do:
a) helenismo grego.
b) anglicanismo.
c) germanismo.
d) catolicismo medieval.
e) feudalismo europeu.
Resposta certa? Letra E. Em outras palavras, é óbvio que Santo Laud não se referia à teologia cristã, mas sim à realidade política e econômica da sua época.  Vergonha professor, vergonha!  Teria errado essa.
Assim como hoje, algumas pessoas são privilegiadas e podem se preocupar apenas com o espírito, enquanto outras são obrigadas a dar foco no seu trabalho diário e lutar para comer todos os dias.  Ok.  Isso é verdade!  Mas ninguém está dizendo que os pobres não podem ou não devem adorar a Deus!
Gostaria que seu professor apontasse em que momento Santo Laud disse que os servos não precisam prestar culto a Deus? Se ele não consegue entender semântica, o problema é dele, e não é de história, mas sim de português.  Mais um tentativa de impressionar pela retórica do que através de uma argumentação baseada na realidade contextual.
2 – “Leão I foi o primeiro Papa. Só a partir do século V que a autoridade máxima da Igreja passou a ser o Papa”
É mesmo? Que legal!  O fessô aqui demonstra não só um desconhecimento pueril daquilo que está falando, mas também desrespeito a seu título de “historiador”.  São Leão I foi o primeiro realmente… O PRIMEIRO DOS PAPAS MAGNOS!  Na realidade, ele foi o 45º papa. Já falamos nisso aqui n´O Catequista.  São Leão teve sua vida esmiuçada aqui no nosso blog (clique aqui para ler o post).
O fessô talvez tenha tido a intenção de se referir a questão das disputas entre o Papa e os outros patriarcas, assunto que também já investigamos (clique aqui para ler). Mais uma: QUE AUTORIDADE MÁXIMA É ESSA, CÁSPIDE?  A primazia do bispo de Roma (que mais tarde começou a ser chamado de “Papa) sempre foi questionada, muito embora esta autoridade não seja oriunda dele, mas da sucessão de Pedro, do próprio Jesus Cristo! Claro que ele vai dizer que isso é armação da Igreja…
O fessô parece desconhecer que antes de ser um título, o termo “Papa” designa um tratamento carinhoso e, nesse caso, nem sequer o Bispo de Roma foi o primeiro a ser chamado de Papa, cabendo antes esse epíteto ao Bispo de Alexandria.  Talvez esse assecla de Che Guevara ache mais legal dizer que antes de São Leão I não havia Bispos em Roma.  Neste caso, chamem o Dr. Freud!
Procure o livro de Ranke – La História de los Papas, ou de Richard P. McBrien – Os Papas. Dê uma cópia deles ao professor e você já vai ter ganho a Quaresma.
3 – “A Igreja pregava abertamente que o dízimo (Tostão de Pedro) era uma forma de garantir “vaga” no céu”
Não duvido que algum padre ignorante ou mal intencionado como seu professor realmente assim o pregasse, ou mesmo que algumas fontes tenham caluniado a Igreja colocando na boca de seus ministros palavras que eles não disseram.  É chover no molhado dizer que o dízimo é bíblico (ver Êxodo:22,29a, Provérbios 11,24-26, por exemplo).  A salvação é tão independente do dízimo que o Catecismo da Igreja Católica (CIC) sequer o menciona!
Fora isso, quando foi que a Igreja deixou de prestar ajuda, amparo e abrigo a quem quer que seja? Dizimista ou não? Fique bem claro que estou falando da Idade Média, não dos dias de hoje.  Sã doutrina é infalível, a morada do Espírito Santo na Terra é Nossa Santa Madre Igreja.  Esse senhor não percebe isso porque o cartesianismo já deve ter destruído metade de suas sinapses cerebrais.
4 – “A Igreja não oferecia educação à população (salvo os aspirantes à vida religiosa) porque com uma sociedade esclarecida, racional, pensante, ela não poderia exercer o mesmo controle que exercia devido ao analfabetismo e alienação”
Que chance uma criança, dentro do sistema feudal, tinha de melhorar de vida? Só quem oferecia oportunidade para tal era a Igreja.  Todas as grande universidades européias foram fundadas pela Igreja e quem inventou a maioria das ciências modernas foram padres medievais.  Além disso, todos os mosteiros ofereciam educação básica para todos aqueles que quisessem.  O problema é que, muitas vezes, a dureza da vida não permitia que os pais se dessem ao luxo de ter filhos estudando, longe da lavoura.  Será que esse professor não sabe disso?
Foi por acaso a Igreja que destruiu o Ocidente? Claro que não! Mas foi nas costas dos padres que recaiu a tarefa de reconstruí-lo, para que hoje esses mesmo professores que se orgulham tanto do seu diplominha possam cuspir-lhes na cara.  Na Idade Média se ensinava de verdade, coisas que só de pensar em aprender esse professor choraria como um bebezinho, já que não teria uma plateia de bocós para aplaudi-lo.  Resumindo: a Igreja não jogou o mundo na ignorância, mas foi o guindaste que o tirou de lá.
Procure o livro do professor Thomas Woods Jr., A Igreja Católica: Construtora da Civilização Ocidental ou digite o nome do autor no youtube e assista ao maravilhoso documentário em treze partes que praticamente disseca o livro.  Você encontra com legendas em português.
5 – “Graças aos Monges Copistas medievais, grande parte da literatura clássica foi terminantemente perdida, visto que eles só reproduziam as obras aprovadas pela Igreja”
Aí já abusou do direito de ser burro.  O nome disso aí é “estratégia das tesouras” e foi definida pelo aprendiz de anticristo Vladimir Lenin: acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é.  Se um dia esse cara pôde comprar um edição bem bonitinha das obras de Platão de Aristóteles, deve muito disso à Igreja.
A verdade é que grande parte da literatura clássica não sobreviveu justamente porque NÃO FAZIA PARTE DO ACERVO DA IGREJA e sim de coleções particulares.  Daqui a pouco o cara vai dizer que a Igreja foi responsável pelo terremoto que destruiu a biblioteca da Alexandria…
Resposta bem comum que esse tipo de canalha procura dar é que foram os árabes os responsáveis pela redescoberta de Platão, Socrátes e Aristóteles no Ocidente. MENTIRA! Os árabes realmente conheciam a obra dos grandes filósofos gregos e eram senhores de um grande refinamento intelectual (vide Averróis e Avicena) incomum para os europeus daquele tempo. Repare que eu disse incomum, não DESCONHECIDO. Os monges copistas já faziam a recuperação dos textos clássicos na França muito antes desdes serem traduzidos do árabe para o grego e o latim.
Claro que o seu professor deve estar chiando que os livros condenados pela Igreja não eram copiados pelos monges.  Em primeiro lugar, estes tais “livros proibidos” (o povo adora esse termo) eram tratados como tal por se oporem à doutrina da Igreja.  Ok.  Isso posto, o que o seu professor queria?  Que a Igreja copiasse MANUALMENTE e guardasse livros que não lhe interessavam?  Como assim?  Você gosta de Justin Bieber?  Não?  Pois é… mesmo assim, eu acho que você deveria comprar todos os CDs dele e guardar em um lugar muito seguro.  Vai que o mundo acaba mesmo em 2012…
6 – “Foi apenas em 1075 que foi decretado o celibato, pelo Papa Gregório VII. Medida que visava a não-divisão das terras eclesiásticas”
Antes de mais nada, diga a seu professor que pra ele é São Gregório VII.
Essa assertiva merece umas poucas considerações antes. É de cunho amplamente marxista. Não pretendo aqui explicar todos os meandros dessa nojeira, mas preciso que vocês, caros leitores, tenham uma coisa em mente: o marxismo é uma ideologia estruturalista e seus fundamentos são todos econômicos; em poucas palavras, para o marxista tudo se reduz aos estratos econômicos ou seja, o que importa na vida e no processo histórico é dinheiro.  Acho que isso vem do fato de Karl Marx ser um pobre frustrado e patético.
Pois bem… por conta dessa obsessão por dinheiro, os marxistas teimam em interpretar qualquer fato sob esta ótica.  E como no feudalismo terra significava riqueza, a única razão que os seguidores de Carl Marx conseguem enxergar para o celibato está na questão econômica.  MAS A IGREJA NÃO É MARXISTA!  Nós não nos movemos pelos mesmos motivos.  Então é uma besteira enorme tentar entender um fenômeno religioso sob o ponto de vista econômico.
menção mais antiga ao celibato católico diz respeito ao Concílio de Elvira (295-302).  Nesta época ainda estávamos no IMPÉRIO ROMANO!!! No delírio marxista, os bispos espanhois, provavelmente foram em alguma cartomante para ADIVINHAR que NO FUTURO haveria o feudalismo e aí, começaram a se preparar pra ele.  Talvez tenham pensado: “Hahahahaha! Quando o feudalismo chegar vamos dominar o mundo pelo celibato”.   E nós, o que estamos fazendo que não nos preparamos para dominar o mundo na era de aquarius????
Mas não basta matar a cobra.  Vamos mostrar o pau e combater história com história: o feudalismo se instalou na Europa apenas após o declínio do Império Romano, entre o final do século IV e início do V, com as invasões bárbaras.  O Concílio de Nicéia, amplamente documentado, aconteceu em 325 e o terceiro dos 20 cânones estabelecidos neste concílio dizia:
Cânon III – Nenhum deles deverá ter uma mulher em sua causa, exceto sua mãe, irmã e pessoas totalmente acima de suspeita.
Fora um monte de legislações a respeito do celibato ao longo de toda a história da cristandade Ocidental. Aliás, um dos mais ferrenhos defensores e apologista do celibato foi justamente São Leão Magno, que impôs o celibato ao clero regular.
São Gregório VII não criou o celibato, ele simplesmente pôs ordem na bagunça;foi o consolidador de uma longa legislação sobre o assunto e agiu com firmeza para salvar os princípios da Santa Igreja. Isso era muito necessário, porque o negócio estava ficando descarado, tinha bispo esfregando sua devassidão na cara dos fiéis. Culpa da Igreja? Não, mas da fraqueza dos homens. O CIC fala disso melhor do que eu.
O indivíduo que derrama sua pestilência na sua sala de aula, André, jamais aceitará essa argumentação, em virtude de ferir sua ideologia de vida; mas na verdade não houve interesse econômico escuso por trás do celibato.
Seu professor simplesmente ignorou documentos históricos que não interessavam à ideologia obsessiva dele.  Isso se ele chegou a conhecê-los!
7 – “A Inquisição se valia de métodos de tortura e aniquilação bárbaros, macabros. Foi no tribunal da “Santa” Igreja que se utilizaram: a Dama de Ferro, a roda de despedaçamento, a guilhotina, a mesa de evisceração, o berço de judas, as garras-de-gato, o esmaga-joelho, a forquilha, a pêra, a empalação, o cavalete, a estiração, entre outros instrumentos eclesiásticos.”
Estudo inquisição a mais de 20 anos e sei bem que se mente uma barbaridade a respeito.  Primeiramente, para cada um que ia a fogueira, mais de 1000 se salvavam.  Segundo, separe inquisição: medieval, espanhola etc. Tem muito mais coisa, como condenação em epígrafe… Só para começar, posso te dizer que a Inquisição nasceu de uma necessidade de se estabelecer um sistema de justiça para evitar as barbaridades que os senhores, reis de fato dos seus territórios, cometiam, tendo em vista a ausência de um poder central mais forte, julgassem e executassem soa acusados de heresia ao seu bel prazer.  Sobre isso, já publicamos aqui um texto do renomado historiador americano Thomas F. Madden (veja aqui).
A Igreja fazia o que podia para diminuir as barbáries desse povo, mas nem sempre conseguia, e pior, as peripécias deles caiam na conta da noiva de Jesus. O direito moderno é um amálgama, como ciência, da herança clássica e do direito canônico.
Os instrumentos de tortura mencionados não eram propriedades da Igreja e sobreviveram antes. E bem depois, aliás os amáveis senhores que promoveram a Revolução Francesa – Marat, Danton e Robespierre – tinham um especial apreço por alguns deles. Aí pode, né? Sim, a tortura era usada, como é usada até hoje no Brasil, mas principalmente nas ditaduras comunistas.  Em qualquer época, esse tipo de expediente foi utilizado para obter confissões.  Imagine na idade média…  De qualquer forma, nem sempre eram utilizados, pois a simples menção desta era capaz de soltar línguas.  Esse tipo de coisa exige bom-senso para evitar o malfadado anacronismo, mas como evitar anacronismo de um marxista?
É isso aí meu povo, fiquem com Deus e não temam esses professores. Deixo-os aqui com um pensamento: para ensinar o que esses cretinos ensinam, eles são realmente mal pagos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário